quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Comunicado

Caros amigos,

Por motivos de força maior, o Instituto Nova Ação e a ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza, comunicam a todos os interessados o adiamento, sem data prevista, do III FESTIVAL ECOLÓGICO DE PERNAMBUCO.

Tal medida torna-se necessária pela exiguidade de tempo diante de um evento dessa magnitude.
A coordenação do Festival, que este ano marcaria também os 30 anos da ASPAN, se viu premida a realizar o evento sem aproveitar as muitas oportunidades que se apresentavam ou adiá-lo e poder, com isso, oferecer uma atividade mais ampla e profunda. Assim optamos por adiá-lo.

Contamos com a compreensão dos nosso leitores e interessados na temática e informamos que, tão logo seja definada a data do evento no próximo ano, prontamente comunicaremos.

O nosso blog segue apresentando novidades e suscitando discussões.

Muito obrigada,

A Coordenação

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pré programação do III Festival: idéias iniciais

O formato do Festival Ecológico de Pernambuco caracteriza-se por ser dinâmico, com várias atividades simultâneas para o público escolher e participar livremente: oficinas, palestras, exposições de fotos e arte com material reciclável, mostra de vídeos, apresentação cultural, bazar e gastronomia natural.


Este ano não será diferente, porém com um diferencial: este ano estaremos realizando uma edição especial comemorativa para os 30 anos da ASPAN, ONG idealizadora do evento e uma das entidades ambientalistas mais antigas do Brasil. Por isso, além das atividades de costume, o Festival encerrará com o lançamento de um livro sobre os bastidores dos 30 anos da ASPAN (maiores detalhes em breve). Além disso, serão discutidos diversos temas relevantes, tais como:


  1. A experiência das Escolas Mangue em Pernambuco

  2. Atuação do Ministério Público de Pernambuco na propositura e acompanhamento da Ação Civil Pública Ambiental na Comarca do Recife

  3. Ecovilas: experiências no Nordeste

  4. Estado dos recursos pesqueiros no Nordeste

  5. Experiências positivas de empreendimentos sustentáveis

  6. Impactos ambientais da atividade petroquímica em Pernambuco

  7. “Maquiagem verde”: o que é realmente o consumo sustentável?

  8. Meio ambiente, consciência e espiritualidade

  9. Meio ambiente e desenvolvimento social

  10. O movimento da alimentação viva no Brasil e seu impacto positivo no meio ambiente

  11. Os 30 anos da ASPAN

  12. Plantas medicinais, etnobotânica e preservação ambiental

  13. Políticas ambientais internacionais: o caso do Mercosul

  14. Poluição atmosférica na Região Metropolitana do Recife

  15. Questões éticas acerca da produção de carne e ovos de aves em Pernambuco

  16. Resíduos eletro-eletrônicos: problemática e destinação adequada

  17. Unidades de Conservação de Pernambuco: situação atual


Nesta fase inicial da formulação da programação, sugestoes de temas são muito bem vindos! Deixe seu comentário ao final do post ou mande um e-mail para festivalecologico.pe@gmail.com



domingo, 28 de junho de 2009

Uma Procissão de São João e o Circo de Soleil


Por Alexandre Moura*

Dia de São João! 24 de julho de 2009. Fui a Olinda ver e acompanhar a Procissão do Santo. Não sou religioso, mas hoje senti a necessidade de estar próximo de algo diferente e concreto relativo à comemoração desse dia. Nada como presenciar um ritual que faz referência milenar a um homem, João Batista, e admirar o mistério da fé do povo. Ao chegar à Cidade Histórica de Olinda, a procissão não estava para sair da Igreja, mas sim da casa de uma senhora devota do Santo. Razão? A Igreja de São João Batista está em ruínas. Parte do telhado desabou, o mato toma conta de todos os lados da construção, tapumes cercam a igreja. Interdição da Igreja! Já pensou? No dia da comemoração do Santo mais popular do Nordeste, nada de igreja aberta para o povo. A rua estava escura, sem iluminação pública, lixo e monturos acumulados nela.

Na tarde de hoje, o padre falou na Rede Globo, a respeito da situação em que se encontra o templo católico e afirmou que só chegou a esta situação em razão do descaso das instituições responsáveis pela conservação dos patrimônios situados na Cidade Alta de Olinda. O Iphan se pronunciou na mesma reportagem e anunciou a liberação de R$90.000,00 para o escoramento do teto e a cobertura provisória do telhado. Isso mesmo, noventa mil reais para fazer esse paliativo. Assim até dá para entender porque deixam a coisa chegar a esse ponto.

Acompanhei, pelas ruas sujas e escuras de Olinda, a procissão que não deixou por isso de ser um ritual admirável. Pessoas com seus cânticos e “lanternas” (velas dentro de garrafas PET cordadas ao meio), a rezar e cantar. Durante o trajeto fiquei a pensar na indiferença das pessoas que estão à frente de instituições públicas em deixar desprezados gente e patrimônios seculares, físicos e imateriais, como a própria procissão: Prefeitura, Iphan, Empetur, Fundarpe e outras tantas foram por mim lembradas.

Pensei também da inversão da lógica da aplicação dos investimentos públicos. Pólos de Forró, a vinda da FENEARTe e do Circo Canadense.

Já estava dado por satisfeito com a noite, quando ainda durante a missa (que foi realizada na Igreja de Guadalupe), surpreende-me o Padre Marcelo quanto à sua crítica ao comparar a falta de atenção das autoridades e das instituições para com a Igreja de São João e, por outro lado, o grande interesse das mesmas com o empreendimento do Circo de Soleil. E mais, o Padre pergunta aos presentes: alguém daqui comprou ingresso para ir a esse circo? Esperou um pouco e indagou: - Ninguém? Continuou: - É, o ingresso custa R$ 250,00, mas sabe quem está financiando a compra dos ingressos? Daí citou os nomes de todos os cartões de crédito, que só rico tem. Comentou ainda: - Mas, as instituições públicas estão dando apoio com recursos públicos a este circo, colocando acima do interesse público o interesse particular, mas a nossa Igreja a deixaram ruir.

Nessa hora fiquei muito feliz! Feliz em saber que naquele local, naquele ambiente aparentemente fora do referido contexto, estava alguém com o mesmo sentimento que nós ambientalistas, cidadãos e cidadãs, que além defesa ambiental pensamos na ética e no respeito às pessoas. Satisfeito por naquele momento ter surgido mais uma voz crítica ao processo hipócrita adotado por instituições públicas e privadas e por pessoas, para trazer um Circo a qualquer custo, que ocupará, alterará e danificará uma área pública de uso público, um Parque Metropolitano com seus atributos ambientais. Era isso que gostaria de registrar desse Dia de São João e finalizar lembrando o que me disse um jornalista esta semana, quanto às obras do Circo: “estamos (ambientalistas e jornalistas) fazendo o que pudemos. Se vamos conseguir alguma coisa, não sabemos, mas temos a certeza de que eles (empresários, “gestores públicos”) saberão que não somos idiotas”.

Recife, Dia de São João de 2009

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*Alexandre Moura é Engenheiro Agrônomo e ambientalista atuante na Associação Ecológica de Cooperação Social - ECOS e da APIME - Associação Pernambucana de Apicultores e Meliponicultores, entre outros espaços da sociedade civil pernambucana. Participou da primeira edição do Festival ministrando a palestra "As abelhas nativas e a conservação ambiental".

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Promoção do Filme Terra - Lista de Contemplados


Segue, abaixo, o nome dos dez contemplados para receber um ingresso para o novo filme da Disney Nature,"Terra", em cartaz nos cinemas do Recife e Região Metropolitana:

1. Taciana Nipo
2. Anna Christinna S. de Oliveira
3. Regine Marton
4. Denise
5. Thomas Enlazador
6. Alice Araripe
7. Liv Monteiro
8. Zeneide Cysneiros
9. Alexandre Malta
10. Telma Low

O ingresso poderá ser retirado na sede da ASPAN (Rua de São Gonçalo, 87 - Coelhos, Recife), de segunda a sexta das 9 às 18 horas, e ficarão disponíveis até o próximo dia 05 de junho. Maiores informações pelo telefone (81) 3222-2038.


sexta-feira, 22 de maio de 2009

A apicultura como instrumento de preservação


Algumas abelhas nativas brasileiras.
Fonte: Laboratório de Abelhas da USP


Você sabia que a apicultura pode ser um importante instrumento na preservação das abelhas nativas? Comemorando o Dia do Apicultor (22 de maio), APIME promoverá algumas atividades para quem quer saber mais sobre o tema e conhecer as ações para a conservação das abelhas nativas do estado:


Dia 23 de MAIO - Dentro da Programação da Semana Nacional de Museus

(visite o site clicando aqui)

Palestra sobre Meliponicultura e visita ao meliponário da APIME no Parque Dois Irmãos

Local - Teatro do Parque Dois Irmãos (Zoológico) - Praça Farias Neves - Dois Irmãos - Recife - PE

Hora: 9:00 as 12:00

Parceria: Parque Dois Irmãos e APIME

Responsável: Adgerdenes Codácio - Denes (81. 88940205) e Alexandre Moura (81.88169628)


Dias 23 a 24 de MAIO

Exposição sobre Apicultura - com expositor de abelhas Apis (africanizada)

Local - Parque Dois Irmãos (Zoológico) - Praça Farias Neves - Dois Irmãos - Recife - PE

Hora: 9:00 as 12:00

Parceria: PET Agronomia UFRPE e APIME

Responsável: Airon da Silva - 81.87356233


Dia 25 de MAIO

Palestra sobre a Apicultura e Meliponicultura na Agricultura Familiar

Parceria: IPA - Barreiros e a APIME

Local - Auditório da Escola Agrotécnica de Barreiros - Barreiros - PE (130 Km do Recife)

Hora: 14:00 às 16:00 h

Responsável - Adgerlan Codácio (81.88643172) e Alexandre Moura (81. 88169628)


Conheça algumas instituições que promovem a preservação das abelhas nativas do Nordeste:


Volte em breve para ler um artigo sobre a preservaç
ão das abelhas nativas no sertão nordestino!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fatos e mitos sobre o Cacique Seattle*

Uma das poucas fotos conhecidas de Seattle,
tirada em 1865 (Fonte: www.chiefseattle.com)


Quem se interessa pela temática ambiental certamente já ouviu falar do Cacique Seattle, indígena norte-americano que em meados do século XIX teria escrito uma carta para o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce. A bela carta, que vêm inspirado milhares de ambientalistas ao longo das últimas décadas, aparece inclusive em sites de renome (como o da Revista Scientific American Brasil) e até mesmo em formato de livro. O que pouquíssimas pessoas sabem, entretanto, é que a tal carta nada mais é que um texto fictício.

É quase certo que o Cacique Seattle tenha proferido uma palestra de cunho ambientalista nos EUA, provavelmente entre 1853 e 1855. Naquela ocasião, um certo Dr. Henry Smith teria feito longas anotações a respeito, apesar de não ser fluente na língua nativa do líder indígena. É possível que suas anotações tenham sido baseadas em uma tradução do Lushootseed (idioma do cacique) para o idioma Chinook, que só então foi traduzido para a platéia em inglês. Mais de trinta anos mais tarde, o Dr. Smith (que a esta altura não tinha mais certeza da data da palestra) resolveu passar suas anotações para um formato de discurso, que foi publicado no jornal Seattle Star em 1887.

Outras dezenas de anos depois, em 1931, o discurso foi republicado na revista acadêmica
Washington Historical Quarterly, com o aparecimento misterioso de algumas novas frases de impacto. Durante as décadas de 1960 e 1970, o texto passou por mais algumas modificações para adequar-se às novas posturas ambientalistas.

Surpreendentemente, o texto que vemos com mais freqüência hoje em dia é uma reinterpretação fictícia produzida por um roteirista e professor universitário dos EUA em 1970 apenas para fins literários. Ou seja, o que é hoje reproduzido por todo o planeta como sendo palavras reais do famoso cacique, nada mais é que ambientalismo ocidental moderno.

Veja abaixo uma das versões mais famosas do discurso/carta do Cacique Seattle.



CARTA DO CACIQUE SEATTLE


"O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. É uma atitude gentil da parte dele, pois sabemos que não necessita da nossa amizade. Vamos pensar na oferta. Sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e se apossará dela. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas: não perdem o brilho.

Mas como é possível comprar ou vender o céu, o calor da terra? É uma idéia estranha. Não somos donos da pureza do ar e do brilho da água. Como alguém pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada floco de neblina nas florestas escuras, cada clareira, todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é o mesmo que outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de esgotá-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem nenhum sentimento. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim porque o homem vermelho seria um selvagem que nada compreende.

Não há paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o som do desabrochar da folhagem na primavera, o zumbir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com perfume de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro
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Se eu me decidir a aceitar a venda, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.

Nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Nossos guerreiros vergam sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos doces e bebidas ardentes. Não importa muito onde passaremos nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso povo.

Sabemos de uma coisa que o homem branco talvez venha um dia a descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira do homem vermelho como do branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa que as outras raças. Continua sujando sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça. É o fim da vida e o começo da sobrevivência.

Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos que esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, que visões do futuro oferece para que possam tomar forma os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são desconhecidos para nós. E por serem desconhecidos, temos que escolher nosso próprio caminho. Se concordarmos com a venda é para garantir as reservas que foram prometidas. Lá talvez possamos viver nossos últimos dias. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem sobre as pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se vendermos nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca se esqueçam de como era a terra quando tomaram posse dela. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos e ama-a como Deus ama a todos nós. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino".

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*Fonte:

Clark, J.L. Thus Spoke Chief Seattle: The Story of An Undocumented Speech. Prologue, 18(1): Online. 1985.

McKenzie, J. I. Environmental Politics in Canada: Managing the Commons in the Twenty First Century. Oxford: Oxford University Press, 2002, p. 40.

Preece, R.
Animals and Nature, Cultural Myths, Cultural Realities. University of British Columbia Press: Vancouver, 2000, p. 18-19.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lançamento oficial comemorando o Dia da Terra

Depois de um período no ar em caráter experimental, o blog do Festival Ecológico de Pernambuco faz hoje seu lançamento "oficial", aproveitando o Dia da Terra. A partir desta semana estaremos atualizando-o semanalmente, trazendo para os leitores o melhor do verde pernambucano: reportagens, artigos e entrevistas com participantes passados e futuros do Festival, dicas ecológicas, fotos, resenhas de livros e muito mais! Veja o que está por vir:
  • Uma entrevista com Alexandre Araújo, Coordenador Executivo da ASPAN, sobre o Curso de Gestão Ambiental para gestores públicos, que ocorrerá de 06 a 09 de maio;
  • Uma reportagem sobre agricultura orgânica, incluindo dicas de como e onde comprar no estado;
  • Uma entrevista com José Cardoso, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, sobre o panorama atual da reciclagem em Pernambuco;
  • Fotos "antes e depois" de várias paisagens pernambucanas impactadas pela degradação ambiental;
  • Um artigo sobre a ecopedagogia de Paulo Freire;
  • Uma entrevista com um dos fundadores da economa ecológica, Clóvis Cavalcanti;
  • E textos sobre muitos outros temas interessantes, como recifes de coral e gestão costeira, pedagogia Waldorf, abelhas nativas, vegetarianismo e bioética, etc. Não perca!
Caso queira sugerir outros temas a serem abordados, experiências positivas, pessoas a serem entrevistadas, ou quaisquer outras sugestões para o blog, deixe seu comentário aqui ou escreva para nós: festivalecologico.pe@gmail.com.
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E para ficar sempre por dentro das novidades, inscreva-se no espaço à direita para receber as atualizações do blog direto no seu e-mail. As primeiras dez pessoas que se inscreverem a partir de agora receberão um ingresso para assistir ao filme Terra, que estréia hoje no Brasil, em uma promoção da Disney Nature. Se desejar participar da promoção, ao se inscrever no blog envie também uma mensagem para nós (festivalecologico.pe@gmail.com) com seu e-mail e/ou telefone para que possamos entrar em contato caso seja contemplado. ATENÇÃO: promoção válida apenas para a Região Metropolitana do Recife; aspaneanos não podem participar. Veja aqui o trailer do filme.
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Informações gerais e sinopse do filme*
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TERRA (Earth)
DISNEYNATURE
Disney.com/Nature
Gênero: Aventura da vida real
Classificação: Livre
Data de lançamento: 22 de abril de 2009
Narrador: James Earl Jones
Diretores: Alastair Fothergill e Mark Linfield
Produzido por: BBC Worldwide, Greenlight Media
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O primeiro filme da série Disneynature, Terra, narrado por JAMES EARL JONES, conta a notável história de três famílias de animais e suas incríveis jornadas pelo planeta que chamamos de lar. Terra mescla cenas únicas de ação em escala inimaginável com locações impossíveis e capta os momentos mais íntimos das criaturas mais selvagens e intrigantes do planeta. Os diretores Alastair Fothergill e Mark Linfield, a aclamada equipe criativa por trás de Planet Earth, ganhador do Emmy®, unem forças mais uma vez para levar esta épica aventura para a telona, com lançamento no Dia da Terra, em 22 de abril de 2009.
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Notas: .
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- O Disneynature, o primeiro novo selo de cinema da Walt Disney Company em 60 anos, foi lançado em abril de 2008 com o objetivo de levar aos cinemas filmes de grande impacto sobre a vida selvagem e o meio-ambiente.
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- Walt Disney foi pioneiro na realização de documentários sobre a vida selvagem, produzindo 13 aventuras da vida real entre 1949-1960, entre as quais: Seal Island (1949), Beaver Valley (1950), The Living Desert (1953) e Jungle Cat (1958). Ele infundiu aos filmes elementos de entretenimento, incorporando músicas e narrativas provocantes e ganhou diversos prêmios da Academia®.
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- Filmando de helicópteros com sistema de câmera aérea Cineflex giro-estável possibilitou que os cineastas seguissem as trilhas dos animais-personagens por longas distâncias e os colocassem no contexto de seu ambiente sem perturbá-los, já que tudo foi filmado de grande altitude.
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*Informações sobre a responsabilidade da Disney Nature.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dendrofobia e aquecimento urbano

Por: Isabelle Meunier*

Em pleno mês de abril, início das chuvas, Recife ferve a mais de 30ºC. Se esse calor já é efeito das mudanças climáticas globais, não sabemos. Mas é certo que a nossa dendrofobia tem contribuído, e muito, para vivermos em uma cidade de clima escaldante. Do grego dendron (árvore), essa doença social alastra-se rapidamente e tem efeitos colaterais devastadores. A dendrofobia pode ser observada com freqüência cada vez maior, nos mais diferentes ambientes, mesmo naqueles onde se espera que a cultura e a educação espantem certos medos ancestrais. Algumas pessoas, mais irreverentes do que esta autora, desconfiam que, na verdade, os humanos temem as árvores por lembrar a “floresta ancestral”, aquela que abrigava nossos ascendentes simiescos. Temem esquecer a postura ereta e voltar a macaquear nos convidativos galhos das árvores!
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Exemplos dendrofóbicos não faltam, infelizmente: o Colégio Marista São Luiz, detentor de uma área verde importante no outrora agradável e arborizado bairro das Graças, por motivos ignorados, vem cortando suas grandes árvores frontais, deixando um cenário de desolação onde antes havia sombra acolhedora. E não está só na iniciativa: segue o triste exemplo da Academia Pernambucana de Letras. Aliás, a reforma do jardim do belo solar da APL denuncia os rumos perigosos escolhemos para nossa cidade: uma placa anuncia que uma empresa de construção civil é a responsável pela reforma dos jardins, um engenheiro civil apresenta-se como seu responsável técnico e alguns montes de lajotas e blocos de cimento indicam qual a matéria-prima do tal “jardim”.
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Há poucos dias, um enorme caminhão saiu da APL carregando toras do que antes eram frondosas mangueiras, imponentes castanholas, belos cajueiros e perfumadas aroeiras. Afinal, um jardim que é executado por uma empresa de construção, - um jardim de pedra e cal - não precisa de árvores, aliás, não tolera árvores e apenas permite estreitas e envergonhadas faixas de gramas e de plantinhas ornamentais de canteiro e forração.
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A menos que tenha havido algum movimento revisionista na língua portuguesa, jardins e parques devem ser locais onde imperam os elementos naturais, não necessariamente “disciplinados” (disciplinar as árvores foi o argumento do presidente da APL , na imprensa, para autorizar as mutilações impostas às árvores...). Locais de solo não impermeabilizados, oportunidade de estar em contato com a natureza, mesmo que em fragmentos restritos e com elementos artificiais, os jardins e parques urbanos são elementos necessários à própria urbanização e à convivência civilizada e saudável nas cidades. Isso sem falar no embelezamento que trazem, com diferentes cores e formas de vida, na tão necessária amenização climática e na redução dos gastos com energia (já que, inexoravelmente, em uma cidade sem árvores e sem sombra, os condicionadores de ar são acionados por aqueles que podem adquiri-los e sustentá-los..).
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Mas, apesar de tantos serviços ambientais, paisagísticos e socioculturais, uma fobia coletiva e inexplicável ameaça esses espaços. Hoje, evitam-se árvores porque elas são grandes. Vivemos em prédios de 40 andares, confiando cegamente nos cálculos estruturais que foram feitos para sustentá-los, mas tememos árvores altas, pois elas “podem cair” (!). Diante de um telhado sujo ou de uma calha entupida, a solução não é mais, como antes, limpá-los – mas cortar todas as árvores que contribuíram com suas folhas para essa situação. A boa e velha vassoura foi substituída pela motosserra porque, afinal, revestimentos cerâmicos e pisos intertravados não devem ser maculados pela folhas e flores de árvores. Vivemos em uma sociedade que não encontrou uma solução segura e eficiente para os resíduos que gera, mas que não tolera folhas no chão (embora tolere a presença de crianças intoxicadas por cola nos sinais de trânsito!). Somos prisioneiros da violência urbana (humana, antes de tudo), e nos vingamos nas árvores, responsabilizando-as pelos nossos temores (árvores abrigam ladrões, na opinião de uma moradora de Boa Viagem, ao solicitar a remoção de uma castanhola da sua calçada!). Projetamos espaços nos quais a maior atração é o concreto, revestindo o solo e erguendo estranhas formas que agridem o bom gosto e a paisagem, por trás das quais poucas árvores se esgueiram, e chamamos isso de “parque”.
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Se eu fosse médica, tentaria a celebridade caracterizando essa doença que se agrava deforma fatal. Como cidadã, espero que algum um psiquiatra social se debruce sobre a dendrofobia e busque entender suas razões e, urgentemente, encontre uma cura. Pois sem isso, nossa vida em um grande centro urbano, sem árvores, sem jardins e sem parques, será algo realmente infernal.

* Isabelle Meunier é Engenheira Florestal e professora da UFRPE.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O desafio de nossa geração

Por: Heitor Scalambrini Costa*

Diferente daquele extraordinário 1968, onde idéias e causas libertárias empolgavam boa parte do mundo, e no Brasil a cena dominante era a forte efervescência política questionando a ditadura militar, vivemos nos últimos anos sob a tacanha do pensamento hegemônico, o do neoliberalismo.

Ao governo, na visão neoliberal, cabe criar e preservar certas condições que permitam ao mercado operar. É o capitalismo financeiro determinante dos fluxos de dinheiro, dos lucros obtidos, dos problemas econômicos, das crises dos países. O mercado decide, o mercado determina. É a chamada globalização financeira.

Decorrente da atual política neoliberal o mundo só conseguiu produzir menores taxas de crescimento, maior desigualdade social e crises recorrentes, e que culminaram com os graves problemas enfrentados na atualidade: a recessão-depressão econômica, a insegurança energética e alimentar, e o aquecimento global. E agora, avizinha-se uma conjuntura de desemprego e ampliação da miséria.

Ao longo dos últimos anos os governos adotaram as receitas neoliberais ditadas por organizações dirigidas pelos países centrais, como a OMC, o Banco Mundial e o FMI, no âmbito dos programas de ajustamento estrutural e de redução da pobreza. Em nome da luta contra a pobreza, estas instituições convenceram os governos a executarem políticas que reproduziram e aumentaram a pobreza.

Os ideólogos do neoliberalismo, da desregulação da economia, do Estado mínimo e do laissez-faire dos mercados mentiram para toda a humanidade, prometendo-lhe o melhor dos mundos. Sem essa via não existiam alternativas, diziam. Tudo isso foi agora desmascarado com a explosão mundial da crise econômica e financeira em 2007-2008, mostrando o quão interligadas estão as economias do planeta.

Foram os processos de produção e consumo orientadores do sistema de desenvolvimento dominante, e a idéia de progresso como sinônimo de crescimento econômico, que levaram o planeta a uma situação na qual pode ser gerada uma alteração irreversível no clima, com conseqüências físicas, econômicas e sociais catastróficas para todos os países. Pelo menos, é o que pensam aqueles que atribuem boa parte dos atuais problemas à atividade humana.

Há aqueles ainda, que dizem que nunca antes na história da humanidade tantos viveram com tanta fartura, com tanta longevidade, com tanto conforto e com tantas opções para consumo. Contudo, estes privilegiados são poucos em relação aos mais de 6 bilhões de seres humanos que habitam o planeta na atualidade. Mais de 4 bilhões de pessoas vivem hoje com menos de 1 dólar por dia, segundo dados do Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e mais de um terço da população urbana mundial mora em favelas.

Logo, trazer toda a humanidade a um padrão de vida digno, com acesso a alimentação adequada, a saúde, a educação e oportunidades de trabalho é uma questão que passa pela mudança de paradigma, e constitui um grande desafio. Para continuar o crescimento da produção e do consumo atuais, como é proposto pelo modelo vigente, precisaríamos de mais de um planeta Terra; afinal, hoje já são consumidos recursos naturais a uma taxa 30% maior do que a Terra tem condições de repor. Aqui reside o limite do capital: o limite da Terra. Isso não existia na crise de 1929.

A conjugação destas crises e impasses mostra aos povos a necessidade de se libertarem da sociedade capitalista e do seu modelo produtivo consumista. A ligação entre as crises põe em evidência a necessidade de um programa novo, revolucionário e em escala planetária. A humanidade não poderá contentar-se com meias medidas. É preciso arrancar o mal pela raiz. A direção das soluções deve ser no sentido em que elas sejam favoráveis aos povos e à natureza.

O que está em jogo, de fato, é a disposição das sociedades em reduzir e alterar drasticamente a forma de consumo, redefinir o modelo de produção e a idéia mesmo de desenvolvimento; e, em passar a medir o êxito de um país por seus indicadores sociais e ambientais, e não mais apenas por sua riqueza financeira.

Portanto, o desafio que se coloca neste início do século XXI é nada menos do que mudar o curso da civilização. É preciso construir uma nova ordem internacional, que respeite a soberania dos povos e das nações. Deslocar, num curto espaço de tempo, o eixo da lógica “viver é produzir infinitamente e consumir o máximo possível”, que leva à acumulação, para uma lógica em função do bem-estar social, do exercício da liberdade e da cooperação entre os povos.

Há quem diga que um pesado imposto será cobrado das gerações futuras. Essa visão aumenta em muito a responsabilidade da atual geração. É fundamental que outras formas de relação do ser humano com a natureza sejam assumidas e que novas tecnologias, de alta eficiência na utilização de recursos naturais e com mínimos impactos ambientais sejam desenvolvidas e adotadas em larga escala.

Precisamos, sim, valorizar aspectos relativos às questões que sempre foram colocadas pelo ser humano: que sentido tem a vida e o universo, qual é o nosso lugar? Portanto, há que se ouvir mais os que ainda amam a vida e cuidam realmente da Terra.

*Heitor Scalambrini Costa (hscosta@ufpe.br) é físico com doutorado pela Université d'Aix-Marseille III (França) e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco. Participou da segunda edição de festival, ministrando a palestra "Agrocombustíveis: ameaças e oportunidades".

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O mar não tá pra peixe!


Depois da matéria sobre o extermínio de tubarões na Ásia, um ilustre convidado local decidiu se manifestar sobre a condição desses animais na costa brasileira, falando sobre a destruição de seu habitat. Uma carta de própria barbatana de um legítimo "elasmobrânquio pernambucanus"*.

Recife, 8 de Novembro de 2005

Recentemente li num jornal, encontrado no lixo, que tem ocorrido diversos ataques de tubarões nos 40 quilômetros de extensão que perfaz a faixa de mar compreendida entre os portos de Recife e o de Suape, no Estado de Pernambuco. A notícia dava conta de que houve nos últimos dois anos e quatro meses, catorze ataques do peixe, quase que exclusivamente a surfistas, fazendo uma vítima fatal. Li, ainda, que ocorrem cerca de 100 ataques de tubarão por ano em todo o mundo. Aliás, essa tal violência me deixou chocado.

Diante dessas informações, passei a me perguntar: o que poderia estar provocando tantos ataques de tubarões aos humanos? Sei que a oferta de alimentos no mar está cada vez mais escassa. A poluição dos mares e oceanos é cada vez maior. Alguns parentes que moram na enseada de Portogalo, na cidade fluminense de Angra dos Reis, me informaram que em dezembro de 88, um derramamento de óleo, provocado pelo petroleiro Felipe Camarão, da Petrobrás, matou milhares de peixes e espalhou petróleo numa área de 104 quilômetros quadrados na costa do Rio de Janeiro.

Também, em recente visita à Bahia, ouvi comentários de que muitos de nós morreram ou adoeceram em conseqüência de outro grande derramamento de óleo que ocorreu em abril de 92. Quarenta e oito mil litros do produto vazaram da refinaria de Mataripe. Foi o maior derramamento de combustível bruto ocorrido na Baia de Todos os Santos até aquela data. Sabe, tenho vivenciado o grande número de aterros, destruição de manguezais, emissão de milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos, muito deles tóxicos, lançados diretamente ao mar ou mesmo através dos rios, que o atinge do mesmo jeito. Com isso, presenciei a morte, quando não a migração, de diversas espécies de peixes, crustáceos – e até de mamíferos – em quase toda a costa brasileira.

Some-se a isso, e não menos grave, o problema do lixo nuclear. A Grã-Bretanha juntamente com os Estados Unidos, nos últimos 50 anos, foram quem mais abandonaram resíduos nucleares em pelo menos 50 regiões do Atlântico e do Pacífico. A contribuição da moderna sociedade também não é desprezível. Num levantamento feito em 13 países, ao longo de 8 mil quilômetros de praias, foram coletadas quase 2 milhões de toneladas de lixo, o que signfica 250 toneladas de lixo por quilômetro. Conclusão: estamos todos nadando no lixo!

Em Pernambuco, particularmente na área entre o porto do Recife e de Suape, tenho observado o total descontrole na faixa costeira, como os freqüentes cortes e aterros de manguezais e destruição de arrecifes para aberturas de canais, diminuindo, assim, quantidade e diversidade da oferta dos recursos costeiros, trazendo conseqüências imediatas para a alimentação de várias espécies, inclusive, dos tubarões.

Essa situação é agravada com o aumento de resíduos de alimentos descartados pelos navios que utilizam aqueles portos, somando-se ao lixo depositado nas praias, estuários e rios, fazendo com que algumas espécies marinhas tenham que se aproximar da costa em busca de alimentos, ficando num trilema: ou migra em busca de alimentos, ou se arrisca aproximando-se da costa atrás de comida ou tenta adaptar-se a uma nova dieta.

Como se não bastasse isso, há que se perguntar qual é ou são a(s) espécie(s) responsável(eis) por esses recentes ataques, uma vez que, apenas algumas poucas atacam os humanos e quantas destas ocorrem no litoral de Pernambuco, para que não se atribua aos tubarões, de forma generalizada, esses ataques? Até porque, muitos deles não se alimentam de carne e outras, sequer, possuem dentes.

Diante de tudo isso, perguntaria: de quem é a responsabilidade dos ataques de tubarões, uma vez que, vocês poluem mares e oceanos, degradam manguezais e praias, acumulam o entulho da civilização no ambiente marinho, não sabendo utilizar tais recursos, inclusive, superexplorando algumas espécies tendo provocado a extinção de muitas delas? E, ainda: invadem habitats alheios, aos quais vocês não estão adaptados! O que esperam que nós façamos? Fiquemos de nadadeiras cruzadas esperando o que possa acontecer?

Ass: O TUBARÃO


*Assessorado por Suzy Rocha, e Alexandre Araújo, respectivamente coordenadora de comunicação e coordenador executivo da ASPAN. A ilustração é do artista Leandro Dóro. Publicado inicialmente no site www.associacaodesafio.com.br.